O uso recreativo de drogas, como metanfetamina e cannabis, pode aumentar significativamente o risco de infarto, AVC e até morte, especialmente em pessoas que já sofreram problemas cardíacos. Um estudo realizado em hospitais franceses, envolvendo quase 1.500 pacientes, revelou que aqueles que utilizaram essas substâncias tinham uma probabilidade três vezes maior de enfrentar novamente um evento cardiovascular grave dentro de um ano.
Os pesquisadores observaram que, entre os pacientes internados com síndrome coronariana aguda, 11% testaram positivo para drogas recreativas. Desses, a maioria havia consumido cannabis, seguida por heroína, opioides, cocaína e metanfetamina. A presença dessas substâncias foi detectada por testes urinários, confirmando o uso recente.
Após um ano de acompanhamento, 7% dos pacientes sofreram um novo evento cardiovascular sério, como infarto, derrame ou morte. A taxa foi mais alta entre os usuários de drogas (13%) em comparação com aqueles que não usaram substâncias ilícitas (6%).
A metanfetamina foi a droga mais associada ao aumento do risco de eventos graves, seguida por heroína e opioides. Embora a cannabis tenha sido a substância mais consumida, ela também elevou o risco, embora em menor grau.
Os dados foram ajustados para fatores como idade, sexo, histórico de doenças, tabagismo e outras condições de saúde. Mesmo com esses ajustes, o uso de drogas recreativas permaneceu um fator de risco significativo para eventos cardiovasculares graves.
A pesquisa sugere que incluir testes para detecção de drogas ilícitas pode ser uma estratégia útil para melhorar o tratamento de pacientes com problemas cardíacos. Identificar o uso de drogas pode ajudar os médicos a personalizar o atendimento e a desenvolver estratégias para apoiar a interrupção do uso dessas substâncias, reduzindo assim os riscos futuros.
Esses achados reforçam a importância de uma maior conscientização sobre os perigos do uso recreativo de drogas, mesmo que ocasional, especialmente para aqueles que já apresentam vulnerabilidades cardíacas. A triagem e o questionamento sobre o uso de substâncias devem ser incorporados ao atendimento de pacientes com doenças cardiovasculares, de modo a melhorar a prevenção e o tratamento dessas condições.
Psi. Alessander Capalbo
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