quarta-feira, 8 de novembro de 2023

A criança não deve ser uma extensão da mãe ou do pai

         


        O processo de individuação, no qual a criança desenvolve um senso de individualidade e separação do mundo externo, é fundamental para o seu crescimento saudável e sua capacidade de estabelecer relacionamentos interpessoais.

A ideia de que a mãe não pode ser vista como uma extensão da criança é um dos conceitos centrais nas teorias de Winnicott. Ele argumenta que, para que uma criança se torne um indivíduo autônomo e seguro, é necessário que ela perceba a mãe como uma figura separada, com seus próprios desejos, necessidades e limites. A capacidade de diferenciar entre o self e o outro é um marco importante no desenvolvimento da identidade da criança.


A questão da não diferenciação, em que a criança se esforça para ser aceita e agradável, mesmo que isso a mantenha insegura, destaca a importância de estabelecer limites saudáveis e fornecer um ambiente de apoio para o desenvolvimento emocional da criança. Pais que não conseguem estabelecer esses limites ou que projetam suas próprias inseguranças na criança podem dificultar o processo de individuação e a capacidade da criança de se diferenciar do mundo exterior.


O momento em que o cordão umbilical simbólico é rompido, representando o início do desenvolvimento do senso de união e separação, é um conceito central na teoria de Winnicott. Esse processo é essencial para que a criança se torne um ser autônomo, com sensações e sentimentos próprios, e não uma extensão dos outros.

Psicanalista e Psicólogo Alessander Capalbo


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