Na noite de 16 de setembro de 2025, enquanto o Brasil trabalhava e dormia, muitos parlamentares traíram a confiança de seus eleitores. Ao aprovarem esta vergonhosa PEC da Blindagem, colocaram-se, deliberadamente, como inimigos do povo brasileiro. Com este ato, mostraram desprezo pelas leis que deveriam defender e agiram como se pudessem habitar uma casta intocável, acima de qualquer julgamento.
Ao concederem a si mesmos privilégios — prisão apenas em flagrante por crimes inafiançáveis, controle sobre suas próprias investigações, revisão interna de prisões preventivas e restrições ao Judiciário — os senhores rasgaram o princípio de igualdade perante a lei. Enquanto o trabalhador enfrenta consequências duras por pequenos erros, deputados e senadores blindam-se contra a Justiça. Isso não é representação democrática. É autoproteção vergonhosa e abuso de poder.
O povo brasileiro não é bobo e não esquecerá. Esta manobra não apenas fere a Constituição, mas também destrói a pouca confiança que ainda resta nas instituições. Vocês afrontaram a memória da Lei da Ficha Limpa, eu, incentivado pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e motivado então pelo Cardeal da época, saímos de casa em casa explicando e pedindo assinaturas, uma conquista popular com mais de 1,6 milhão de assinaturas, conquistada com sacrifício e esperança. Agora, deformam leis e usam a madrugada para legislar em causa própria.
A história registra e o povo observa. Aqueles que votaram a favor desta PEC escolheram se colocar contra a nação. Carreguem essa marca. O Brasil não tolerará parlamentares que traem seu mandato e trabalham para si mesmos, e não para o bem comum.
Rejeitem Senhores Senadores esta PEC DA BLINDAGEM. A verdadeira blindagem de um parlamentar não está em privilégios obscuros, mas no respeito ao povo e na integridade de suas ações. Quem desafia o povo brasileiro desafia a própria democracia — e será cobrado por isso nas urnas e na história.
E ao Sr. Presidente não assine a destruição da Lei da FICHA LIMPA.
Alessander Carregari Capalbo
Ex Padre da Arquidiocese de Brasília
Licenciado em Filosofia – Teologia e Psicologia
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