quinta-feira, 14 de março de 2024

A "epidemia" do Corpo Ideal



O contraste entre a imagem refletida no espelho e as representações ideais disseminadas pelas redes sociais desencadeia uma experiência de sofrimento notável. Este fenômeno emerge em um contexto social onde os padrões de beleza, forjados e perpetuados pela mídia, instigam uma persistente sensação de insatisfação e frustração. As obsessões estéticas, alimentadas por esse ideal inatingível, infestam o psiquismo e o cotidiano das pessoas, promovendo uma perene insatisfação com a própria imagem corporal — um legado de nossa carga genética e natural.
O incessante bombardeio midiático — englobando redes sociais, publicidade, cinema e televisão — cristaliza a insatisfação corporal como uma constante preocupação. Observa-se, particularmente entre adolescentes e pré-adolescentes, uma crescente rejeição ao próprio corpo, manifestada na busca obsessiva por alterações estéticas mínimas, evidenciando uma luta contra a própria essência física e psicológica.
Tais fixações, denominadas obsessões estéticas, representam a insaciável busca humana por adequação a padrões estéticos ilusórios, muitas vezes inalcançáveis sem intervenções cirúrgicas ou regimes alimentares e de exercícios extremos. Essa realidade ressalta uma dissonância entre a autopercepção e as imagens corporais idealizadas, majoritariamente fabricadas e glorificadas pela mídia.
Historicamente, a insatisfação com a imagem corporal não é um fenômeno novo, mas ganhou novas dimensões com as dinâmicas digitais. Evidências sugerem que plataformas como o Instagram exacerbam inseguranças corporais, especialmente entre os jovens, um fato previamente antecipado por figuras centrais na tecnologia digital. Pesquisas, como a realizada pela University of Kentucky em 2018, confirmam que as redes sociais contribuem significativamente para o declínio da autoestima e para a perpetuação de uma insatisfação corporal.
A prevalência de distúrbios alimentares e a insatisfação com a autoimagem representam desafios contemporâneos cruciais, refletindo uma "epidemia" de insatisfação estética. Este cenário demanda uma urgente reavaliação das narrativas estéticas dominantes, promovendo um redirecionamento para concepções mais saudáveis e inclusivas de beleza. A reeducação sobre as percepções de autoestima e beleza é imperativa, visando nutrir uma aceitação mais autêntica e compassiva de si e dos outros, contrapondo-se aos ideais irreais e excludentes.


Psicólogo e Psicanalista Alessander Capalbo

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