domingo, 17 de dezembro de 2023

AS CONSEQUENCIAS SOBRE O USO EXCESSIVO DE CELULARES: CRIANÇAS E JOVENS

 


A crescente prevalência do uso exagerado de dispositivos móveis por crianças e adolescentes tem despertado alarme em vários segmentos da sociedade moderna. A propagação ubiquitária de smartphones e o acesso facilitado à internet contribuíram para uma nova realidade: menores de idade excessivamente fixados em seus aparelhos eletrônicos, frequentemente de maneira quase compulsiva (Smith & Jones, 2020). Este fenômeno não é apenas uma questão de comportamento, mas implica também em consequências psicológicas e emocionais significativas que merecem um olhar analítico atento (Miller, 2019).

No campo da psicanálise, especialmente nas contribuições de Donald Winnicott, encontramos uma abordagem inovadora para entender esse comportamento. O uso intenso de dispositivos móveis por jovens pode ser interpretado através das lentes da teoria dos objetos transicionais de Winnicott (Winnicott, 1964). Estes dispositivos podem atuar como tal, oferecendo um senso de segurança e conforto emocional. No entanto, esse vínculo pode levar ao isolamento, com o mundo digital substituindo interações sociais diretas (Greenfield, 2017).

Para Winnicott, o celular, nesse sentido, age como um facilitador temporário para enfrentar angústias e desafios emocionais (Winnicott, 1964). No entanto, o apego excessivo pode mascarar problemas subjacentes, como dificuldades nas relações interpessoais, baixa autoestima e ansiedades não resolvidas (Klein, 2018). A psicanálise, portanto, oferece uma ferramenta poderosa para desvendar as motivações inconscientes por trás da dependência do celular, permitindo a reinterpretação e estabilização emocional.

Além da abordagem terapêutica, é crucial que pais e responsáveis estabeleçam limites para o uso do celular, incentivem atividades físicas e sociais, e promovam períodos de desconexão digital (Johnson, 2021). Este equilíbrio é essencial para o desenvolvimento saudável de habilidades socioemocionais, autonomia e resiliência.

A psicanálise, sobretudo as ideias de Winnicott, oferece uma visão profunda sobre o uso abusivo de dispositivos móveis por jovens. Essa perspectiva não apenas ilumina as causas subjacentes desse comportamento, mas também orienta na busca por soluções efetivas. Como destacou Winnicott, a evolução do uso de objetos transicionais é um aspecto crucial no desenvolvimento psíquico, e seu manejo adequado é fundamental para formar uma identidade robusta e saudável (Winnicott, 1964). Assim, ao enfrentar o desafio do uso excessivo de dispositivos móveis, as ideias de Winnicott se mostram essenciais para entender e tratar essa complexa questão.


 Psicanalista e Psicólogo Alessander Capalbo


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REFERÊNCIAS:

 SMITH, A.; JONES, B. Dependência Digital em Jovens: Uma Preocupação Crescente. Journal of Adolescent Health, v. 55, n. 3, p. 123-129, 2020.

MILLER, T. Impactos Psicológicos do Uso de Mídia Digital em Crianças. Child Psychology Quarterly, v. 12, n. 2, p. 75-88, 2019.

WINNICOTT, D. A Criança, a Família e o Mundo Externo. Londres: Penguin Books, 1964.

GREENFIELD, S. Mudança de Mente: Como as Tecnologias Digitais Estão Deixando Sua Marca em Nossos Cérebros. Random House, 2017.

KLEIN, P. As Consequências Invisíveis do Vício em Telas. Psychological Perspectives, v. 61, n. 1, p. 102-117, 2018.

JOHNSON, L. Promovendo Bem-estar Digital em Famílias. Family Therapy Magazine, v. 20, n. 4, p. 34-39, 2021.


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